Atualmente, há muitos profissionais apresentando conteúdos técnicos na internet e chama a atenção a quantidade de pessoas “fantasiadas” com Equipamentos de Proteção Individual – EPIs, utilizando-os como marketing para dar a impressão de qualificação ao tratar do assunto.
É possível notar um exagero em alguns momentos e um descaso em outros, a exemplo da pessoa estar vestida com uma vestimenta contra os efeitos do arco elétrico e fogo repentino aliada a uma máscara de proteção facial simples recomendada apenas para proteção contra impacto, que não protege contra os efeitos do arco elétrico.
Esta quantidade de informações incorretas pode levar um usuário desavisado a um erro grave com sérias consequências.
É importante ressaltar que o EPI pode ser um aliado na proteção contra acidentes, ou como um redutor das consequências, mas é a última barreira na hierarquia das medidas de proteção. As medidas de proteção coletiva devem ser adotadas prioritariamente, adicionalmente, podem-se adotar medidas administrativas e, caso estas sejam tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, pode-se recorrer ao uso dos EPIs.
Vale lembrar que a segurança deve ser observada tanto para o profissional que executa a inspeção, quanto para terceiros.
Ao analisar uma atividade pode-se dividi-la em etapas, avaliar os riscos e, seguindo a hierarquia citada, decidir quais ações podem ser tomadas para minimizá-los.
Ao aplicar esses conceitos à inspeção da PDA não se deve assumir modelo pré-definido, pois a atividade varia muito para cada estrutura devido às características intrínsecas, idade da instalação, método de proteção adotado etc., assim, o texto mostrará uma análise simplificada, apenas como referência aos leitores.
Pode-se dividir a inspeção da PDA em algumas etapas que serão comuns em muitos locais.
- Análise da documentação
- Inspeção visual geral
- Inspeção no SPDA
- Subsistema de captação
- Subsistema de descida
- Subsistema de aterramento
- Possíveis medições em cada subsistema
- Inspeção nas MPS
- Elaboração da documentação
Análise da documentação: esta etapa pode parecer isenta de riscos, mas deve-se observar as condições ergonômicas como disposição dos móveis e iluminação, fundamentais para um trabalho com solicitação intelectual.
Inspeção visual geral: este obviamente é um momento que não envolve grandes riscos, justamente por ser uma fase inicial de ambientação com as características da instalação. É importante observar riscos adicionais específicos de cada local como, por exemplo, a presença de animais peçonhentos.
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Autor:
Por Jobson Modena, engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia.
*Este artigo é assinado por Luiz Claudio Ferraro, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho. Possui experiência em projetos, inspeções, consultoria e treinamentos.