O papel dos agentes públicos e privados na ampliação da presença feminina no setor elétrico foi o principal destaque do Fórum de Mulheres, realizado nesta terça-feira (28), em Brasília, em paralelo ao XXVII SNPTEE – Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica. Cerca de 500 pessoas participaram do encontro para discutir temáticas específicas relacionadas às mulheres no setor. João Carlos de Oliveira Mello, diretor-presidente do CIGRE-Brasil, recepcionou os participantes e destacou a importância dos jovens e das mulheres na transição energética do país.
A coordenadora do Comitê de Mulheres do CIGRE-Brasil, Carla Damasceno, abordou a necessidade de uma mudança cultural para estimular a participação feminina em áreas predominantemente masculinas, mas fundamentais para o setor de energia elétrica, como as engenharias. “Na transição para um futuro sustentável, os talentos femininos importam. As mudanças são difíceis, mas o CIGRE pode ajudar com sua missão de compartilhamento técnico. É importante reconhecer as diferenças e proporcionar oportunidades iguais, sem preconceitos”, afirmou.
Lideranças femininas apresentaram o cenário de desafios e os caminhos para a promoção da equidade de gênero, apontando sugestões para melhorias, como políticas públicas de formação técnica para as mulheres, além de programas nas empresas para captação e qualificação de talentos femininos. Participaram do debate Márcia Figueiredo, gestora de Diversidade e Inclusão do Ministério de Minas e Energia (MME); Fernanda Dantas Argolo, assessora da Diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); Lilian Queiroz, diretora de Gestão de Ativos da Eletrobras; Michele Silveira, superintendente de Comunicação da Eletrobras Eletronorte; Gabriela Desire, diretora-executiva de Operações da ISA CTEEP; Simone Dias, gestora de Pesquisa e Desenvolvimento do Prysmian Group; Leila Guimarães, gerente de Comunicação e Marketing da Memória da Eletricidade; além de Solange David, presidente do Women in Energy do CIGRE Internacional, e de Joyce Meireles, coordenadora do Next Generation Network – NGN do CIGRE-Brasil.
Uma sondagem realizada pelo Comitê reconheceu que a ausência de mulheres no setor eletroenergético é uma realidade nas empresas brasileiras. Resultados parciais evidenciam que elas respondem por pouco mais de 20% das posições no mercado de trabalho. A participação delas em eventos técnicos, como o SNPTEE, vem crescendo, mas ainda é minoritária. Michele Silveira, que integra a Comissão Organizadora do evento, destacou a importância do olhar institucional para garantir a paridade de gêneros. “O compromisso com a equidade começa com um plano de metas e objetivos claros, pois assim há um maior comprometimento.” Ela também ressaltou que os jovens são fundamentais para o processo de inclusão feminina e renovação do setor.