Um alerta providencial

Edição 82 – Novembro de 2012

Por Jobson Modena

Final de ano, época que o espírito natalino aflora. Pessoas correndo, uns mais tristes, ou introspectivos, outros felizes, fazendo compras, ansiosos para dar e ganhar presentes.

 

 

Outro evento bastante comum nesta época do ano são as decorações das mais variadas formas, com todo tipo de enfeite, que se espalham pela cidade, algumas inofensivas, outras nem tanto.

É exatamente nessa época que a quantidade de improvisos aumenta nas instalações elétricas transformando-as em verdadeiras bombas-relógio com o timer acionado. Obviamente essa situação acaba gerando uma série de eventos desastrosos. Poderíamos aqui enumerar fatos ocorridos em parques, clubes, etc., todos diretamente ligados ao tema “choque elétrico”. Quando dentro desse assunto particularizamos aquele cordão de lampadinhas utilizado para que, quando energizado, dê forma aos mais variados objetos, estruturas ou edificações durante a noite, fica difícil não associar a beleza criada com uma tragédia anunciada.

Além do tipo de risco comentado gostaria de chamar a atenção para outro problema grave que o tal artefato pode causar.

Ocorreu-me escrever este artigo quando passava próximo a um conjunto desses cordões enquanto caminhava pela área social do prédio para chegar até o apartamento de um familiar a quem faria uma visita. Reparei que três cordões com as tais lampadinhas coloridas estavam sendo instalados desde o topo do edifício com mais de 25 m de altura até mais ou menos dois metros do piso e, pela configuração inicial, os decoradores mostravam a intenção de fazer o desenho de uma arvore de natal. Ocorre que, para atingir esse objetivo, na inocência provida pela desinformação, eles acabaram montando – aos olhos de um raio – três caminhos preferenciais para a corrente elétrica do raio, ou três condutores de descida independentes do SPDA (para-raios) instalado, descidas estas que saem do topo do prédio e terminam na altura da cabeça das pessoas que circulam pela área comum de acesso ao saguão. Condutores de eletricidade que passam sobre ou muito próximo das janelas dos banheiros e dos quartos dos moradores (as menores e as maiores respectivamente mostradas na figura a seguir).

Vendo essa simples foto, percebemos que os riscos relacionados às descargas atmosféricas na situação apresentada são altíssimos. No caso de um raio atingir o prédio, ou mesmo o SPDA existente, haverá possibilidade de uma grande parcela da corrente impulsiva causar um ou mais centelhamentos entre os cordões e as janelas, ou da extremidade inferior de cada cordão para o solo, ou pior, até a cabeça de alguém que por ali estiver passando.

Nesse sentido, vale lembrar a todos os colegas a obrigação que nossa profissão nos impõe de informar e alertar sobre os perigos que esse tipo de decoração pode oferecer e, assim, minimizar o risco causado pela inocência alheia.

Fica a sugestão de agirmos sem esperar um improvável acordo entre o Papai Noel e São Pedro…

A todos um feliz Natal e um excelente 2013!

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