Edição 113 – Junho de 2015
Por Leandro Oliveira*
Para que a energia elétrica chegue a nossas residências ou indústrias, ela precisa passar por um longo processo que vai desde a geração nas usinas, passando pelas redes de transmissão e transformadores até chegar ao destino final.
Inventado em 1831 por Michael Faraday, o transformador é o dispositivo mais importante na rede elétrica, que tem a função de converter energia por meio da indução de tensões e/ou correntes para transformá-la em níveis relativamente seguros para o manuseio.
Um dos principais tipos de transformadores utilizados nas redes elétricas são os chamados transformadores de potência a óleo. Neles o circuito elétrico fica imerso em óleo cujas funções são: garantir o isolamento elétrico, extinguir descargas elétricas parciais, extinguir arcos elétricos e auxiliar na refrigeração do equipamento.
O conhecimento sobre a sua condição interna é essencial para se ter uma rede segura e confiável, pois quando o sistema de isolamento de um transformador de potência é submetido a esforços excessivos há liberação de gases que se dissolvem no óleo.
Hoje em dia, para se verificar a condição do óleo, são feitas coletas periódicas e as amostras são levadas a um laboratório específico, porém, na contramão da utilização de sensores e sistemas, a intervenção humana no processo (de amostragem, transporte, análise) e as condições climáticas em que se encontra a amostra pode causar erro nos resultados. Além disso, o resultado das análises pode variar de dias até semanas, gerando custo, interrupções, tempo e dinheiro gasto.
Para garantir a integridade dos transformadores, existem no mercado soluções eficazes e comprovadas por grandes usuários que ainda são pouco exploradas (talvez pela falta de divulgação), que são os sensores e os sistemas de monitoramento. Eles fazem a análise da condição do óleo em tempo real por meio do monitoramento do gás e da umidade, proporcionando maior segurança aos ativos e aos envolvidos no processo. Os equipamentos são equipados com softwares específicos e possuem alarmes configuráveis para que, na ocorrência de um incidente, o cliente seja informado e com isso possa efetuar uma manutenção preditiva/preventiva.
Isso facilita na hora de obter informações mais seguras sobre os ativos, pois, além de atuar na prevenção de falhas, esses sistemas permitem a mudança do monitoramento do modo manual para o modo remoto, agregam maior confiabilidade ao processo e permitem o planejamento de interrupções programadas para efetuar manutenções.
Estudos recentes mostram que, no Brasil, mais de 60% dos transformadores em atividade estão com mais de 20 ou 30 anos, isto é, estão no limite de sua vida útil. No lugar de substituir os transformadores considerados envelhecidos, o usuário pode optar pela utilização de sensores e sistemas, que são um investimento baixo em comparação à substituição e, com isso, terá um maior controle sobre o equipamento e um aumento considerável na vida útil.
Sendo assim, conclui-se que os transformadores precisam ser monitorados de forma mais eficaz para evitar prejuízos, pois, se houver algum incidente, o tempo para reposição é muito longo e isso impacta diretamente nos resultados finais do cliente.
Portanto, é de total importância monitorar os transformadores de forma mais eficaz e ter um olhar mais atento para aquele que é o mais importante ativo da rede elétrica.
*Leandro Oliveira é gerente de vendas da Agora Telecom.
Uma resposta
Bom dia!
Quem são hoje as empresas mais conceituadas trabalhando no monitoramento de gases e umidades em transformadores?
Grata,
Jardelina