Recentemente, o Operador Nacional do Sistema (ONS) emitiu novo alerta sobre a grave escassez de água nos reservatórios de hidrelétricas brasileiras. Segundo a entidade, responsável pela operação da matriz elétrica do Brasil, a falta de chuvas poderá levar o País ao seu limite já em novembro, prejudicando a geração de energia elétrica. Esta situação crítica reforça ainda mais o papel estratégico da energia solar como parte da solução para diversificar e fortalecer o suprimento de eletricidade, fundamental para a retomada do crescimento econômico nacional.
Diante da crise hídrica e com a entrada em vigor da bandeira de escassez hídrica, a partir de setembro, é fundamental que o Governo Federal acelere a energia solar, tanto em grandes usinas contratadas por leilões (geração centralizada), quanto na geração própria em telhados e pequenos terrenos. As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores e aumento da inflação na economia, corroendo o poder de compra e os salários da população.
Graças à versatilidade e à agilidade da tecnologia solar, basta um dia de instalação para transformar uma residência, empresa ou propriedade rural em uma pequena usina geradora de eletricidade limpa, renovável e acessível. Já no caso de uma usina solar de grande porte, são menos de 18 meses desde o leilão até o início da geração de energia elétrica, a menor média do setor elétrico. Assim, a solar é reconhecidamente campeã na rapidez de novas usinas de geração.
O Brasil possui mais de 10,4 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados pelos próprios consumidores. Somados, os sistemas fotovoltaicos representam mais de 74% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e a maior da América Latina.
A fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 54,1 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 312 mil empregos acumulados desde 2012. Com isso, evitou a emissão de mais de 11 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Na geração centralizada, o Brasil possui 3,8 GW de potência instalada da fonte solar, o equivalente a 2,1% da matriz elétrica do País. Em 2019, a solar foi a fonte mais competitiva entre as renováveis nos dois Leilões de Energia Nova (LEN), A-4 e A-6, com preços-médios abaixo dos US$ 21,00/MWh. Já em julho de 2021, repetiu o feito nos LEN A-3 e A-4, com os menores preços-médios dos dois leilões, abaixo dos US$ 26,00/MWh. Com isso, a solar consolidou a posição de fonte renovável mais barata do Brasil.
A fonte solar fotovoltaica segue cumprindo o seu compromisso de trazer energia elétrica competitiva aos leilões, ajudando a reduzir o preço da energia aos consumidores e à sociedade brasileira. Se o Governo tivesse contratado o dobro de energia da fonte solar nos dois leilões de julho de 2021, reduzindo a energia comprada de fontes mais caras, teria economizado aos consumidores brasileiros pelo menos R$ 126,8 milhões nos próximos 20 anos.
Por isso, o Governo Federal precisa revisar as diretrizes do planejamento e ampliar a contratação de energia solar nos próximos leilões. Isso ajudará a reduzir os preços de energia elétrica, aliviando o bolso da população e melhorando a competitividade dos setores produtivos.
Já na geração própria de energia, são 6,6 GW de potência instalada da fonte solar. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração própria no País, liderando com folga o segmento.
Ao somar as capacidades instaladas das grandes usinas e da geração própria de energia solar, a fonte solar ocupa o quinto lugar na matriz elétrica brasileira. Recentemente, a solar ultrapassou a potência instalada de termelétricas movidas a petróleo e outros fósseis, que representam 9,1 GW da matriz elétrica brasileira.
A energia solar ajuda a população e os setores produtivos a se protegerem dos fortes aumentos nas contas de luz e contribui para a sustentabilidade do País, que inicia uma importante retomada econômica este ano. Não podemos deixar que a ameaça da crise hídrica freie a recuperação da economia brasileira, a criação de novas oportunidades de emprego e a geração de renda e riqueza à sociedade. A energia solar é parte da solução para este desafio que paira sobre nosso País.