O Cepel e a Marinha do Brasil, enquanto coordenadora da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), formalizaram acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de projetos de abastecimento de energia elétrica das ilhas oceânicas do país, a partir de fontes renováveis. O acordo foi assinado pelo diretor-geral do Cepel, Amilcar Guerreiro, e o contra-almirante Antonio Cesar da Rocha Martins, secretário da CIRM.
O Cepel já havia prestado apoio técnico à Marinha em iniciativas do gênero, por meio de solicitação direta do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Eletrobras, e o novo termo de cooperação terá início justamente no arquipélago de São Pedro e São Paulo, onde, há mais de duas décadas, o Centro instalou a única fonte de energia elétrica local, por meio de painéis fotovoltaicos e baterias.
“O arquipélago de São Pedro e São Paulo não é apenas mais um conjunto de pequenas ilhas no Oceano Atlântico, quase desconhecidas. No local, a Marinha mantém uma Estação Científica, que precisa ter seu suprimento elétrico revitalizado, haja vista a potencialidade do local enquanto campo de pesquisa e também o interesse estratégico para o nosso país. Essa potencialidade justifica a necessidade de superação dos obstáculos naturais do sítio. A cooperação que ora renovamos se reflete, portanto, em ações especificamente voltadas para questões relacionadas à maximização da eficiência energética, como a adoção de sistemas de produção de energia solar, ressalta Amilcar Guerreiro.
O acordo também prevê o apoio técnico do Cepel em projetos de geração renovável e eficiência energética em outras ilhas brasileiras de interesse da Marinha. Além do arquipélago de São Pedro e São Paulo, a Marinha possui estação científica na ilha de Trindade, onde pleiteia extensão da plataforma continental junto à Comissão de Limites, e tem perspectiva de ter uma terceira estação, em Fernando de Noronha.
Neste sentido, Amilcar Guerreiro vê como promissor o acordo de cooperação. Tanto para a Marinha, que terá atendida sua necessidade de soluções energéticas sustentáveis para as ilhas oceânicas brasileiras, quanto para o Centro, que poderá avançar na pesquisa da degradação de painéis fotovoltaicos, estudo relevante nas condições brasileiras. “Essa cooperação do Cepel com a Marinha do Brasil é mais uma evidência de como o Centro contribui para o desenvolvimento do nosso país”, considera.
A parceria pode render mais frutos. O contra-almirante Antonio Cesar da Rocha Martins assinala também o potencial da parceria no fomento a projetos de geração de energia no mar, a partir de marés, ondas, correntes, ventos, plataformas de petróleo. Segundo Martins, Cepel e Marinha podem construir outras alternativas, não só em atividades em que a Marinha esteja diretamente envolvida, mas em outras, que visem aproveitar as potencialidades do mar e resultar em desenvolvimento sustentável para o Brasil.