A crise chegou e teremos de usar a nossa criatividade para não deixarmos a roda parar. O isolamento, cuidados pessoais e todos os aconselhamentos aos quais fomos bombardeados pela mídia e redes sociais para a contenção do COVID-19 nos remetem a uma porção de reflexões, mas a questão a ser tratada é a continuidade dos negócios.
Será que conseguiremos produzir minimamente para pelo menos mantermos nossas empresas vivas? Claro que a nossa própria sobrevivência física é a mais importante, mas não é a ela que estamos ora
tratando. O que nos espera é uma realidade pouco apresentada neste período de início da turbulência no Brasil (segunda semana de março). O que se estima apenas é uma redução do Produto Interno Bruto (PIB), além dos assombrosos resultados das bolsas e cotação do dólar.
Mas do ponto de vista prático, como manteremos nossos negócios operando, ou quem vai pagar as contas? A produção industrial não pode ser posta em prática com pessoal em “home office”; a indústria 4.0 em seu estágio atual não permite operações 100% automáticas, e talvez, nem seja seu propósito; caso possível, seria necessária uma transformação social tão rápida como a transmissão deste maldito corona.
Fato é que não dá para manter toda a turma da produção em home, uma vez que os sistemas de produção devem ser operados e, principalmente, mantidos. Outro ponto que merece a mesma importância se refere à própria cadeia da produção, os fornecedores nacionais ou não; capacidade de venda de produtos e serviços, desenvolvimento de mercado e outros.
Um tremendo emaranhado que merecerá a nossa atenção e criatividade inversamente proporcional à
distância dos postos de trabalho daqueles que desempenham suas atividades de seus lares. Não estamos em férias, não estamos em recesso; estamos nos protegendo e tentando produzir, buscando um final de 2020 que nos permita ainda um pouco de oxigênio puro, enquanto em Brasília, a turma se digladia por tudo e contra todos. Repetindo a pergunta: como pagaremos as nossas contas?