Descarbonização do setor depende de planejamento

Estudo realizado por pesquisadores do Poli-USP, RCGI e Universidade de Queensland, na Austrália, mostra quais são os principais desafios para que a tecnologia de fontes renováveis criada nos países desenvolvidos seja de fato implantada nos de baixa e média renda.

Se de um lado países desenvolvidos dominam tecnologias de fontes de energia renováveis, essenciais para a descarbonização do setor elétrico, países de baixa e média renda seguem com dificuldades para implantá-las. Um dos obstáculos que dificultam essa transição é a replicação de modelos de planejamento energético de forma desconectada da realidade desses países.

“Quando se discute transição energética, fala-se de uma série de soluções encontradas na bibliografia internacional, que é muito mais voltada para estudos realizados nos países desenvolvidos. Portanto, são discussões distantes da realidade de países de baixa e média renda. Enquanto os países desenvolvidos falam em autonomia do consumidor, outros países ainda lutam para dar acesso a qualquer tipo de energia elétrica para parte da população”, exemplifica Stefania Gomes Relva, pesquisadora da Poli-USP e autora do estudo. Confira mais notícias sobre a descarbonização do setor clicando aqui.

“Assim, não basta promover a transferência da tecnologia, são necessários modelos e planejamento estratégico diferentes dos adotados no Norte global e, sobretudo, que haja mecanismos de estímulo que levem em conta outras necessidades, como a formação de mercado interno e de mão de obra qualificada para manter as plantas renováveis autossuficientes”, destaca.

Para rastrear essa desconexão entre as inovações propostas e o que de fato é implantado nos países em desenvolvimento, os pesquisadores fizeram uma revisão bibliográfica de artigos focados em questões de transição energética de países de baixa e média renda. Na análise, os pesquisadores constataram que, já no planejamento para a transição energética, precisam ser considerados ainda aspectos como corrupção, imprevisibilidade econômica, formação de expertise e mercado interno nos países de baixa e média renda.

 

A instabilidade impossibilita o planejamento

 

Vinícius Oliveira da Silva, pesquisador da Poli-USP e coautor do estudo, conta que enquanto países desenvolvidos têm uma economia consolidada e maior capacidade de fazer planos, os países em desenvolvimento são muito instáveis, com variações de crescimento tão bruscas que se torna difícil projetar o crescimento econômico, de um ano para outro. “Com isso, nos países desenvolvidos fica muito mais fácil de planejar no longo prazo e executar uma mudança no setor energético. Já por aqui é difícil até definir uma tendência”, conta.

O estudo pode ser acessado neste link: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0360544220327663

Imagem: APD Portugal.

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